Foi ontem. Eu havia decidido não contar a ninguém, mas eu precisava. Sentei em frente o computador e comecei a digitar. Meus dedos tremiam, como meu corpo todo tremeu quando parei para respirar.
Eu estava indo para Bate-Pau, em cima da hora, como sempre. Dia comum, trânsito normal. Os caminhões habituais segurando o trânsito.
Estava ultrapassando um caminhão como os outros carros, mas o motorista teve um surto psicótico e resolveu gladiar comigo.
Quanto mais eu acelerava, mais ele acelerava. A faixa de ultrapassagem estava terminando e o meu espírito esportivo também.
Sem tirar os olhos da estrada, tenho certeza que minha pupilas se dilataram ao avistar o carro que vinha na minha direção. Fiat Uno, branco, perfeito estado, velocidade moderada. Ficava cada vez maior e o caminhão ainda ao meu lado.
Há alguns metros de distância joguei o carro pro acostamento contrário. Mais cinco carros passaram por mim, não conseguia reduzir, o caminhão continuava a me acompanhar e o acostamento estava acabando.
Não sei o que deu em mim, mas confiei no meu anjo da guarda e em seu irmão gêmeo. Atravessei as duas mãos, cortei a frente de um carro que nem por decreto consigo lembrar qual era, fechei o caminhão e retomei a pista.
Parei no acostamento e enquanto buscava ar, esperei meus braços pararem de tremer.
Apenas mais uma história pra contar.
Aviso? Claro que não. Se fosse, eu teria ido trabalhar de ônibus hoje e não teria batido o carro na rua de casa.
dizem que a vida nos reserva estranhas surpresas. acreita?
ResponderExcluirque historia ein
ResponderExcluiraff morro de medo de caminhão
pricipalmente de ultrapassa-los
adoro a maneira como vc escreve é tão simples e chique ao mesmo tempo
xD