O barulho do
telefone ecoava dentro da cabeça de Elis, que pensou algumas vezes antes de
sair da cama para atendê-lo. Ela simplesmente fechou os olhos, sabendo que em
alguns segundos voltaria a dormir.
Mal Elis fechou
os olhos e ouviu o barulho da porta de seu quarto se abrindo. Mesmo sem abrir
os olhos ela já sabia que dona Romana, sua mãe, trazia em suas mãos o telefone.
“Pode deixar, já
está na hora dela levantar”, ela deve ter dito ao atender ao telefone.
- Elis, é o
Conrado.
“Se não for nada
importante esta será a última conversa dele por telefone”, ela pensou, enquanto
começava a se levantar.
Ela arrumou o
cabelo, bocejou e se sentou na cama antes de pegar o aparelho.
- Oi – ela não
conseguiu ser tão seca quanto gostaria, mas sabia que Conrado havia entendido o
recado.
- Bom dia! –
disse Conrado, do outro lado da linha, com uma voz tão animada que a deixou com
ainda mais raiva por existirem pessoas que acordam bem humoradas – Perdão, mas
foi a tua mãe que pediu para te acordar. Eu disse que ligava mais tarde.
- Você pode dizer
logo o que você quer?
Agora ela havia
deixado mais que claro que ela havia acordado com humor matinal habitual de
Maria Elisangela Pirellis.
- Ok, ok... vou
ser rápido. O Pessoa gostou muito de você e queria ter te beijado ontem, mas
não viu oportunidade.
O humor de Elis
começou a mudar. Além de Pessoa ser um pedaço de mau caminho ela havia ficado
interessada nele também. Porem ela precisava se fazer de difícil.
- Seu amigo devia
saber que as oportunidades a gente cria e esta ele perdeu – infelizmente, era o
que ela queria dizer, na verdade – O jeito é esperar a próxima e ver no que vai
dar. Quem sabe?
Conrado esperou
um pouco para responder. Ele ficou segurando o riso e então teve medo de
titubear ao falar.
- Que pessoa
difícil, heim. Mas tudo bem. Vou dar a má notícia para o garoto.
Os dois trocaram mais algumas poucas palavras e se despediram.
Após desligar o telefone Elis se jogou na cama e
esperneou com as pernas para o ar, comemorando o telefonema. Pessoa podia ser
lerdo, mas uma hora ou outra ele seria dela.
Agora era a vez de Conrado transmitir a má
notícia ao amigo. Assim que desligou o telefone discou novamente.
- Alô – atendeu um Pedro Henrique todo afobado.
- Corre pro condomínio que a princesa já é tua,
meninão!
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