segunda-feira, 20 de abril de 2009

Andei estranhando o “serumano”

Posso dizer que o meu estranhamento começou por mim mesmo. Nunca imaginei me apaixonar pela cidade das maravilhas. Assim como a Alice, São Paulo me encantou também.
Foi caminhando pelas ruas da perdição que minha mente foi pra tantos lugares diferentes na mesma noite.
Enquanto fazia a baldeação para a linha vermelha do metrô, alegrei-me ao me deparar com uma figura excêntrica. Um cidadão com seus trinta em poucos anos trajando roupas coloridas, cabelo azulado e o tênis mais colorido que já vi em qualquer pé que pude observar. Foi então que percebi que ser diferente não é apenas o retrato de uma adolescência revoltada, uma busca por chamar a atenção. Algumas pessoas se sentem bem com o incomum por toda a vida.
Saindo da estação Anhangabaú, passei por um casal se despedindo apaixonadamente. Cena normal, se o casal não fossem dois caras. Incomum para um garoto interiorano, mas habitual para o mundo moderno. Chocante? Talvez.
O rapaz que passou por eles ao meu lado estava inconformado. “Tanta mulher no mundo e os dois se atracando sozinhos!”
Continuei minha caminhada. Em pouco tempo na Avenida 9 de julho, avistei um cachorro dormindo numa posição pouco confortável para ele. O pobrezinho devia estar com frio. Mas só aparentava.
Sangue escorria da sua cabeça, deixando rastro avermelhado pela calçada. Um vermelho escuro, pesado. “Que tipo de pessoa faria isso com um animal indefeso?”
A partir daí comecei a estranhar a humanidade. Como pode existir tanta gente lutando para salvar vidas, ajudar pessoas contra tantas mais apenas buscando o mal, denegrindo a imagem de uma população toda.
Não foi por esta parte da cidade que eu me apaixonei. Quero a alegria, as oportunidades, a diversidade, mas não a liberdade para fazer o que der na telha, sem me importar com as conseqüências que os outros sofrerão.
Quem mata um animal por puro prazer pode saber ao certo o que é amor?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Andei sentindo saudade

Queria novamente teu braço, teu abraço, teu cheiro ao acordar. O "bom dia" apressado, pois mais uma vez estava atrasado e precisava acordar antes que alguém levantasse.

Imagino até mesmo os diálogos, pouco previsíveis, que provavelmente ocorreriam mais uma vez.

- Que foi?
- Por quê?
- Por que você está me olhando deste jeito?
- Normal. Por quê? Eu não posso te olhar?
- Claro que pode.
- E no que você está pensando agora?
- Em nada.
- Claro que está.
- Tá bem. Estou pensando no por quê daquele olhar.
- Então me dá um beijo.
- Não. Estou de greve até você me contar.
- Bobo.

E seria neste momento que você faria carinho no meu peito e debruçaria tua cabeça sobre ele, enquanto eu sentia meu coração acelerar.

E assim eu me perderia no tempo mais uma vez.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...