sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Carta ao bom velhinho

Querido Papai Noel,

Este ano eu fui um bom menino. Juro que não chutei nenhuma criança, não matei nenhum gato, não trai nenhuma namorada e também não menti para não ir trabalhar.
Infelizmente não posso dizer que só tirei notas boas, mas me esforcei o bastante. Procurei não brincar com corações para que também não brincassem com o meu, por isso fui ao máximo sincero.
Cuidei da filhota, alimentei o cachorro, fui obediente ao papai e à mamãe e ainda fui solidário aos amigos nos momentos em que precisaram.
Também fui um bom vizinho em CityVille, não roubei desnecessariamente na colheita feliz, só briguei o necessário em Máfia Wars, alimentei corretamente os meus peixinhos e o dos meus amiguinhos, servi todo mundo em Café Time e só twittei o que achei necessário.
Não vou pedir nenhuma Ferrari e muito menos a paz mundial. Quero apenas que 2011 tenha mais alerias que 2010, mas viagens, mais diversão, mais amor e mais momentos especiais ao lado dessas pessoas que eu amo tanto.
Os bens materias seriam insuficientes para quem dá tanto valor ao espiritual.

Tenho certeza que dessa vez vai ser bem fácil me atender

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Última mensagem

Foi uma tarde intensa.
Há quanto tempo não tirávamos uma tarde para ficarmos apenas conversando, você em meus braços, eu acariciando a tua cabeça.
A promessa era de um abraço, mas era óbvio que eu iria querer bem mais. Como ficar perto de você e não querer te beijar, não querer sentir a tua pele, a conexão de nossos corpos.
Mas nosso tempo acabou e mais uma vez você teve que partir.
Horas depois a tua primeira mensagem: "Eu devia ter aproveitado para dizer o quanto eu te amo!"
E rapidamente eu respondi: "Você disse. Embora em silêncio, era o que os teus olhos queriam me dizer!"
Quisera eu que você também conseguisse entender o que os meus olhos diziam, a minha respiração em sua orelha, o toque dos meus lábios em teu pescoço, a força do meu abraço.
Só que não consegui, pois pouco tempo depois a janela do msn se abriu e você apenas disse: "Estou me despedindo."
E foi a última vez que você falou comigo.
Sei que é para o teu bem, mas tenha certeza de que sempre estaremos aqui pra você. Eu, o braço e o abraço.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Coisas que aprendi em Rosário


"Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar"
(Aquarela - Toquinho)




É engraçado o peso que certas experiências tem na vida das pessoas.
"É possível sair outra pessoa de um reality show?" é a pergunta que muita gente se faz ao ouvir participantes dizerem o quanto mudaram após tal experiência.
Mas nem sempre são necessários 3 meses para que isso aconteça. Um acidente, um nascimento, uma morte. Nossas vidas podem mudar em segundos.
Em nossa pequena estadia na Argentina, o menor tempo que passamos foi em Rosário, em Santa Fé. E foi lá que tivemos os nossos maiores ensinamentos.
Vimos na prática o sentido de doação que tantas vezes citamos quando o assunto é família rotária. Dar de si antes de pensar em si.
Mais uma vez comprovamos que não é preciso conhecer alguém para se importar. E que as pessoas sempre vão nos surpreender.
Só mesmo o confinamento para deixar mais próximo quem já era íntimo e tornar íntimos aqueles até então desconhecidos. Nada como muito tempo junto para evidênciar os defeitos e as qualidades.
Dois dias são mais que necessários para unir pessoas, torná-las inesquecíveis e abrir um rombo inigualável em nossos corações.
Trouxemos um pouco da cultura, arquitetura, do idioma, mas o que mais trouxemos, infelizmente não iremos conseguir transpor jamais.
Não foi uma viagem a passeio. Foi um projeto que saiu melhor do que a encomenda. E que antes mesmo de acabar já havia deixado saudades.
Saudades de uma cidade, saudade de pessoas, saudades de uma curta história que continua. Agora em dois lugares diferentes.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mensagem no espelho

Só quando me virei para te abraçar percebi que no teu lado da cama havia apenas a marca de seu corpo sobre o lençol. Estávamos sozinhos - eu, o braço e o abraço, que sempre pareceu ter o encaixe perfeito para o teu corpo.

Espreguicei-me e caminhei até a sacada, abri o vidro e acabei me entretendo com os adolescentes brincando na piscina do prédio em frente. O que nos diferia deles: Alguns poucos anos? As preocupações cotidianas? Ou será que tínhamos mais em comum do que imaginávamos? Afinal, ainda vivíamos um romance juvenil.
Decidi escovar os dentes e finalmente tive o primeiro sinal teu.

"Fim", era o que dizia as letras em batom vermelho vivo no espelho do banheiro. Tua caligrafia tão perfeita que chegava a ser irritante.

Qualquer ignorante entenderia o significado daquelas três letras. Mas para mim queria dizer muito mais.

Enquanto passava o dedo pelas linhas vermelhas no espelho eu me lembrava de como tudo começou. Frases desconexas: "Me traz um cigarro", "O que você está pensando?", "Eu queria ter um corvo de estimação".

Eu ri de minhas memórias. Desfrutava de cada lembrança que me cabia.

Foi aí que me dei conta das vezes que te fiz infeliz, te deixei esperando e percebi o quão relapso eu fui.

Eu te imaginei nos braços dele: as flores, os cafés-da-manhã na cama, as viagens, as juras de amor. Tudo aquilo que eu não ofereci.

Agora eu tinha duas alternativas: correr atrás de você novamente e te roubar do comercial de margarina para voltar ao nosso romance adolescente ou deixar você tentar ser feliz com quem te ama.

Encarava o espelho que parecia me repreender e, decidido, rabisquei o espelho com minha letra quase ilegível.

"Começo".

Afinal, tudo o que te desejo é felicidade, mesmo que não seja ao meu lado.


Alguns laços são eternos e sempre estaremos marcados na vida e na pele um do outro.

sábado, 9 de outubro de 2010

Não faz mal


Ela queria conseguir pedir pra que ele partisse, mas toda vez que preparava seu coração para a ausência ele se recusava a aceitar e ela acabava cedendo mais uma vez.
Queria ter coragem de não atender o telefone e desligá-lo quando aparecesse o seu número no identificador de chamadas.
Queria ter forças para negar um beijo quando o seu rosto tivesse a centímetros do dela.
Mas tudo que ela conseguia dizer era "Não faz mal, um dia ele há de ser meu".
Hoje ela não sabe mais quanto tempo faz que tudo mudou, quando foi que ele passou a fazer tamanha diferença em sua vida. Mas o que ela não esquece é a tamanha importância que ele tem.
E ela queria ser livre. Livre pra poder ficar com quem quisesse sem que a incerteza do futuro com ele atrapalhasse, sem que o seu cheiro estivesse em outros corpos, sem que o seu rosto não aparecesse enquanto outro ocupava a sua cama, sem que fosse a sua mão em sua cintura, mesmo que com outra textura. Não importava a intensidade do beijo, sempre seriam os mesmos lábios pequenos, rijos e molhados. Sempre seria ele.
Uma noite, voltando para casa, no banco traseiro de um carro qualquer, deitada no colo dele, sob o efeito do álcool ela perguntou:
- Um dia você será somente meu?
- Quando eu estou com você eu sou somente teu. - ele sorriu do jeito que só ele sorria. Estava sendo sincero.
- Eu queria que você um dia dissesse que só queria ficar comigo. Queria ouvir que você me amava do mesmo jeito que eu amo você. Queria que você dissesse que também sente a minha falta e que eu não significo apenas sexo.
Ele não respondeu.
- Ué, não é você que sempre sabe o que dizer?
- Eu sei o que dizer. Só não sei se devo.
E ela adormeceu, sem saber qual seria a sua resposta.
Antes de descer do carro ele sussurrou em seu ouvido: "Eu também te amo, mas ainda não chegou a nossa hora!"

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sonhando demais

"Eu tive um sonho ruim e acordei chorando, por isso te liguei
Será que você ainda pensa em mim?" (Quase um segundo - Herbert Viana)


Wowwww... O que está acontecendo?

Até bem pouco tempo eu conseguia contar nos dedos os meus sonhos mensais. Hoje isso está sendo impossível.
Ando tendo uns dois três sonhos por dia (durmo mais durante o dia do que a noite) e consigo lembrar da maioria deles.
O mais engraçado é que os sonhos não são sem nexo como normalmente costumam ser. Eles são a continuação do meu dia, ou de pensamentos que eu tive antes de adormecer.
Posso dizer que na última semana concretizei alguns projetos, reencontrei pessoas queridas e dei abraços apertados intermináveis.
O mais impressionante foi um em que reencontrei alguém com quem não falo há algum tempo. Nós nos abraçamos, ela disse que não queria chorar, eu disse que não iria chorar. Comecei a tremer, sabia o que aconteceria depois: uma, duas, três lágrimas. Daí por diante muitas outras vieram.
Quando eu acordei estava chorando de soluçar (pensei que essas coisas só acontecessem na ficção). Depois de alguns minutos, levantei com a cara toda inchada e fui me preparar pra dar aula.
Peguei o telefone, quis ligar pra ela, perguntar se estava bem, dizer que estava com saudade, contar do sonho, mas talvez ainda não era a hora de derrubar o muro.


Carol e Carla, não consigo comentar nos blogs de vocês!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Conversando com Deus

Dessa vez é tudo real. O sentimento não é uma mescla de realidade e ficção que se encontram em pequenas histórias que fazem com que tudo o que aconteceu se torne apenas um conto.
Depois de semanas consegui finalmente escrever sofre o que senti. Dividir a minha incompreensão e angústia.
Era um domingo e estava passeando pelas redes sociais quando recebo uma mensagem privada: "Sabe o Guiga? Ele morreu!".
Não satisfeito com o recado, perguntei o que havia acontecido. "Nem consigo dizer, mas ele se enforcou!"
Ele era o único homem que participava de todas as minhas aulas. Sabia que o dia seguinte seria totalmente estranho. Não queria ir pra academia, pois sabia que não me faria bem. Não queria ir ao velório, pois não me faria bem.
Precisava terminar de estudar a aula que lançaria na segunda e deixei para decorar as últimas músicas no domingo. Mas me lembrava dele dizendo: "Vai ter Gatorade, não posso faltar!". Como eu iria olhar para o galão de Gatorade?
Sim, eu chorei. Chorei pelo cara que se despediu de mim de uma maneira animada e que dançou comigo na última aula com a barra de PUMP nas costas.
Na segunda, tudo foi como eu imaginava, embora a alegria de ter a sala cheia, faltava alguém muito importante. O cara que falava pouco sobre a sua vida, mas que conversava com a gente em todo final de aula. O rapaz que estava na academia todos os dias de segunda a sábado e que malhava e depois fazia uma ou duas aulas de ginástica seguidas.
É claro que não consegui dar a aula, é claro que tive que homenageá-lo, é claro que chorei no final juntamente com aquelas que assim como eu não sabiam o quão importante aquele desconhecido era para elas.
Conversando com Deus, eu me perguntei por que esse evento teve um impacto tão grande em nossas vidas. Já que sua morte me abalou mais do que a morte de alguns conhecidos, de alguns familiares.
Dizem que toda vez que perdemos alguém as nossas perspectivas mudam. A minha mudou mais uma vez.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Onde está você agora?

E,enquanto nós assistíamos o filme, adormeci no teu colo. Posso dizer claramente quão adocicado era o perfume do teu corpo; até parece que ainda está em minha pele também. Queria eternizar aquele momento que acabou se tornando a minha última lembrança de você, de nós.

Amanheci sozinho, sem saber o que aconteceu. Milhões de perguntas eu me fiz e até hoje não consegui encontrar respostas.

Eu não devia ter dormido? A noite não te agradou? Você tinha alguém a sua espera? Eu devia saber que o outro da história era eu? Ou você fugiu apenas por medo de se envolver?

Confesso que a última suposição é a que mais me agrada pois me torna um namorado em potencial. Ou melhor, me deixa na condição de ameaça ao teu medo de se apaixonar por alguém.

Eu realmente mexi contigo? Eu realmente sou esse cara?

Como queria tanto saber onde você está para te fazer essas perguntas pessoalmente. Mas enquanto não te encontro, repouso minha cabeça sobre a almofada e, mais uma vez sozinho no sofá em frente à TV, me pergunto quando você estará comigo assistindo a mais um filme, discutindo o por quê da mocinha continuar com o bad boy da novela mesmo sabendo que ele a traiu, brigando pela pipoca e, mais que tudo, com o teu corpo junto ao meu.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Uma canção pra ela



E foi então que ele se pegou mais uma vez pensando nela. Fazia algum tempo que ela não balançava as suas estruturas, mas nos últimos dias as lembranças se tornaram constantes.

Ligou a TV e foi pior - os protagonistas do filme do primeiro beijo se encontravam pela primeira vez no mesmo quadrante - A imagem dela apertando os seus dedos no cinema passou a torturá-lo.

Se tudo fosse lembranças ruins seria bem mais fácil. Mas tudo o que ela lhe deixara foram ótimas lembranças, brindes de momentos felizes e a incerteza do por que ele estava sozinho agora.

Deitou em sua cama, pegou um estojo com alguns lápis e um caderno velho e despejou seus sentimentos nas linhas antes brancas. Aos poucos a imagem dela foi desaparecendo de sua cabeça, seu coração estava mais tranqüilo.

Minutos depois, com o violão na mão ele compôs uma das mais lindas canções de amor não correspondido e hoje a canta orgulhoso agradecendo a ela por ter transformado a sua vida.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

À todos os meus amigos

"Á todos os meus amigos e "amigos"


Há algum tempo ando me questionando quanto o verdadeiro significado da palavra amizade. Hoje criei ânimo e olhei num dicionário. Lá dizia que este substantivo feminino representava o sentimento de apreço, camaradagem e afeição entre pessoas em geral não aparentadas, ou entre entidades e grupos; o relacionamento estabelecido entre eles.

Para mim a amizade vai além de tudo isso, além do coleguismo, além da simples afeição.

Meus conhecidos são aqueles que às vezes sei apenas seu nome, ou nem isso e pouco sei sobre sua vida, nos cruzamos em bailes, shows e festas e certas vezes nem nos cumprimentamos. A maior parte das pessoas que passam por nossas vidas nunca deixa de ser apenas nossos conhecidos.

Meus colegas são aqueles que estudam ou estudaram comigo, jogamos juntos as peladas de fim de semana no clube ou mesmo no campinho, nos encontramos em barzinhos, dançamos na boate, conversamos um pouco, porém não nos conhecemos o suficiente para dizer que participamos ativamente um da vida do outro. Somos conhecidos que atravessaram a fronteira dos apenas quinze minutos de diálogo.

Meus amigos distantes já tiveram importante participação na minha vida e devido forças maiores o destino se encarregou de nos afastar, contudo não foi capaz de acabar com o que sinto por eles. Alguns deles eu nunca mais vi, outros encontro raramente e há também os que nos correspondemos ou nos telefonamos de vez em quando.

Meus apelidados pseudo-amigos ou amigos da onça são aqueles que tenho ao meu lado, me conhecem e eu os conheço, porém não confio neles, pois até hoje não me deram motivos para tal ou já me deram motivos para deles desconfiar. Alguns já fizeram parte do meu dia-a-dia, mas hoje os quero distantes. São eles que não me surpreenderão se vierem a me trair um dia. Espero qualquer coisa deles.

Meus amigos do peito, ou amigos pra caraleo são aqueles que sei que posso contar sempre. Os que estão ao meu lado nos bons e maus momentos, os que me dão colo e que vêm pedir conforto, os que me aconselham e seguem minhas palavras. São aquelas pessoas que eu admiro e tenho orgulho por tê-las ao meu lado. Pessoas que preciso seguir seus exemplos, aqueles que não nego o quanto eu os amo.

Valorizo os meus amigos e isso não é vergonha nenhuma. Não deixo passar em branco as oportunidades de mostrar o quão importante eles são pra mim, pois eles merecem.

Já os meus irmãos... Porra, meus irmãos são mais que amigos pra mim, é como diz aquela mensagem: eles são a família que Deus me permitiu escolher. Eles fazem mais que parte de mim, eles moram em mim. Eles sabem toda a minha vida e conhecem todos os meus mais perversos segredos. Quando um deles está longe é como se parte de mim não estivesse presente, me sinto incompleto.

E é assim que estou nos últimos tempos.

Estamos crescendo, amadurecendo e nossas vidas estão tomando cada vez rumos mais diferentes. Moramos em cidades, em estados diferentes. Não são somente os estudos que estão nos distanciando; são também os trabalhos, namoros. Cada um está seguindo a sua vida. E isso é bom. É bom ver que estamos progredindo.

Mesmo que tenhamos que assistir de longe o sucesso de quem nós amamos, mesmo que estejamos fora de sua vida, mesmo que soframos com isso, a recompensa é tão grande. Não há preço que pague ver um sorriso de satisfação no rosto de quem queremos bem.

Infelizmente, de agora em diante muitos dos que passaram por nossas vidas ficarão apenas no passado, serão lembranças; não os veremos mais e alguns, talvez, nem ouviremos sobre eles.

Talvez a pessoa que sempre esteve ao meu lado nos momentos em que eu mais precisei siga outro caminho e nos afastemos. Será triste, mas terei que me conformar com o fato. Sei que vai ser duro, mas o tempo cura as dores da perda.

O tempo...

Só ele pra nos fazer esquecer as dores e decepções para podermos perdoar. Pois muitas vezes vamos magoar quem amamos e não podemos impedir que eles nos magoem também. Mas enquanto houver amor, que haja perdão.

Porém não te tornes escravo do perdão, pois até no amor há limites. Ame, mas não deixes abusarem de teu amor.

Nunca deixe escapar uma oportunidade de dizer o quanto se importa com quem está do teu lado, pois amanhã poderá não ter mais tempo.

Somente o tempo dirá quem são teus verdadeiros amigos.

Não confie em alguém que acabou de conhecer.

Tenha sempre os seus inimigos por perto.

Até poderia citar cada pessoa da minha vida em qual parágrafo ela se encaixa, mas algumas não ficariam contentes com a resposta. Não sou tolo, sei que muitos que estão ao meu lado me querem pelas costas. Aprendi com a vida.

Sei que me empolguei escrevendo, mas sou totalmente grato a quem gastou seu tempo lendo. É a essas pessoas que eu guardo o meu obrigado.

"O meu maior erro foi me apegar à pessoas de tal forma que não consigo esquece-las."

Post de 28/04/2004

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Especial



Ela sabia o quão difícil seria ir até o fim, mas precisava colocar o seu plano em prática. Vestiu o vestido magenta que ganhara dele no seu último aniversário, sabia que o alegraria com a surpresa, já que ele pensava que ela não havia gostado do presente - o que não deixava de ser verdade.
Maquilou-se vagarosamente, como uma atriz em noite de estréia. Não deixou escapar nenhum detalhe: base, corretivo, pó , delineador, hímel, sombra, baton e blush. Estava perfeita. Nada extravagante e nem vulgar.
Quanto ao cabelo, não foi preciso muito cuidado, já que normalmente bastava pentear suas longas madeixas e ele já estava exuberante. Era a própria Pocahontas numa versão nacional.
Calçou o salto agulha que costumava usar apenas em casamentos e ocasiões inesquecíveis. Nenhum detalhe poderia passar em branco.
Algumas borrifadas de Channel 5 e quando a buzina tocou faltava apenas colocar os brincos de ouro branco.
Ela não esperou muito para abrir a porta depois que a campainha tocou, gostava de pontualidade e achava falta de educação fazê-lo esperar, embora desejasse fazer suspense.
- Nunca pensei que você pudesse ficar mais bonita! - elogiou ele, sinceramente espantado com a exuberância de sua beleza.
Entregou-lhe um lindo vaso de orquídeas, que ele sabia que arrancaria aquele sorriso que irradiava do rosto dela toda vez que via flores.
O sorriso foi o agradecimento. Em silêncio ela pegou o vaso, o deixou sobre a mesa e saiu de braços dados com ele, que cordialmente a conduziu até o carro e abriu a porta para ela. Esperou até ela se ajeitar para fechar a porta e assumir o volante.
O jantar foi num restaurante reservado, regado a bom vinho e pratos exóticos. Enquanto conversavam, ela ajeitou o cabelo da maneira que o provocara desde o primeiro encontro. Ao vê-la brincar com os dedos entre os fios negros como a noite,ele mordiscou o lábio inferior. Nessa hora ela teve certeza de que o resto da noite seguiria como o planejado.
A noite estendeu-se no melhor motel da região. Após se entrelaçarem como se fossem um mesmo corpo, ele a acolheu em seus braços, fazendo com que ela não tivesse vontade de se desvencilhar. E assim eles passaram o fim da noite. Ele brincando com os cabelos dela, enquanto susurrava canções românticas em seu ouvido.
Ela brincava com seus dedos, entrelaçados aos dedos dele.
Ao final da noite ele a acompanhou até a porta, seu olhar dizia que queria se convidar para entrar e passar o resto da noite ao lado dela, mas deixou a decisão para ela tomar.
Ela entendeu o seu olhar e respondeu com um sorriso tímido. Após agradecer a noite, ela se rendeu a um beijo longo, molhado, profundo e intenso. Conforme a lembrança dos meses que passaram juntos corriam por sua cabeça, ela o abraçava cada vez mais apertado, como se tivesse medo que ele desaparecesse como um sonho. Mas ao abrir os olhos ele continuava ali, era real.
Após um beijo em sua nuca, ela sussurrou em seu ouvido:
- Adeus meu amor.
E foi tudo que conseguiu sair de sua boca, antes que a porta se fechasse e a primeira lágrima começasse a cair. Ao fundo do ronco do carro que agora partia, chegavam a terceira, a quarta e uma maré de incontáveis lágrimas, que ela não fez questão de conter, enquanto assimilava que aquele havia sido o último beijo dos dois e que a partir do momento que cruzasse aquela porta novamente não mais veria o seu príncipe encantado.
Ela voltaria à realidade e a outro príncipe sapo.

domingo, 28 de março de 2010

Onde está meu amor?


"Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade"

[Marcelo Camelo e Malu Magalhães - Janta]


- Eu poderia dizer que te amo, mas não o vou.
- Por que não é verdade?
- Porque eu estou confuso e enquanto não souber quem manda no meu coração, não posso mentir pra ninguém. Muitos hóspedes, nenhum morador.
- Neste caso, acho melhor darmos um tempo nesta nossa complicada relação. Mas enquanto isso, pense com carinho no que significamos um para o outro.


É difícil escrever quando o personagem sou eu. Ainda mais quando quero falar sobre meus defeitos, minhas falhas. Eu sou amor, sou muito amor. E talvez eu seja amor demais.

Por comodismo culpo o Distúrbio do Déficit de Atenção pela maioria de minhas limitações e, desta vez, não seria diferente. Mas a maioria dos DDAs conseguem lidar com isso, eu também irei.

A dúvida me acompanha, a incerteza sobre o que sinto, a inconstância sobre o que quero. Se todos pudessem viver nesta eterna bifurcação de emoções, ninguém diria que é fácil se esconder atrás de transtornos.

Sim, nós eternizamos momentos e pessoas e isso faz com que às vezes seja difícil deixar de me apegar e entender o que realmente sinto por algumas pessoas que ainda habitam o meu coração. Eu quero me casar, quero ter mais filhos - talvez mais um, apenas - quero ter alguém pra vida inteira, uma família feliz, para levar à praia, pra esquiar, ver os patinhos no zoológico e quero que isso não demore a acontecer. Mas pra isso preciso exterminar os fragmentos que ainda restam dessas outras pessoas dentro de mim.

E não quero curtir a ida, isso eu já fiz e até em demasia. Quero mesmo é ter uma companhia eterna, um amor real e verdadeiro.

Acredito que seja bem mais difícil pra você ouvir que o meu coração está dividido do que para eu dizer, embora seja doloroso admitir que não sei o que o meu coração realmente diz, que não sei quem é a mulher da minha vida. A única coisa que posso garantir é que ela já passou por mim, que nossas bocas já estiveram juntas por várias passagens e que, se ela me esperar, vou fazer de tudo para este amor valer a pena.

Se você me esperar, vou fazer o possível para fazer de você a segunda pessoa mais feliz do mundo. Pois, se assim conseguir, eu serei a primeira.



- Quando você se decidir pode ser tarde demais.
- É um risco que preciso correr. Não quero que seja eterno enquanto dure. Quero um amor pra vida toda, quero um "E viveram felizes para sempre".

sexta-feira, 19 de março de 2010

Resgatando...


Nós quatro sorríamos irradiantes enquanto carregávamos a caixa e pousavamos para a fotografia que entraria para a história. Nenhum de nós fazia idéia de que aquela seria a nossa última foto juntos.
Naquela caixa depositamos nossas lembranças, nossos sonhos, nosso passado e o que desejávamos que fosse parte do nosso futuro. Sabíamos que as coisas iriam mudar, que cada um seguiria pra um canto, mas todos acreditávamos que alguma força utópica nos manteria unidos.
E como dizer que isso não ocorre no dia-a-dia, quando alguma música toca, quando encontramos algum velho conhecido, ou até mesmo quando encontramos velhas cartas fúteis, escritas apenas para passar o tempo na escola.
Dentro daquele retângulo de papelão nós quatro ainda caminhamos juntos. Quatro garotos aprendendo a viver, amadurecendo diariamente e ajudando um aos outros a superar os nossos dilemas juvenis.
Se as coisas darão certo ou não, se tudo sairá do papel, caberá apenas ao destino responder. Mas os segredos guardados dentro desta caixa fazem com que, mesmo que nunca mais nos encontremos, tudo tenha valido a pena.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Revendo textos antigos...

Hoje já não sei o que você responderia se perguntassem se você já me esqueceu, mas tenho a certeza de qual seria a resposta se você perguntasse a si mesma. Portanto, eu não preciso te dizer qual seria.
Hoje eu bem sei qual será a resposta se te perguntarem se você é feliz e, mais ainda, sei as coisas que passarão por tua cabeça quando te fizerem tal pergunta. Por isso você não precisaria me responder.
Sei que muita coisa mudou, porém por mais que pareça tarde demais, seria inadmissível aceitar que tudo tenha acabado. Pois não acabou e tanto eu quanto você sabemos que não. Agora bem mais eu.
Quando temos um bom amigo e um bom namorado e acabamos nos separando acabamos perdendo os dois, mesmo que um dia um dos dois volte a existir. E quando a gente percebe que um deles nunca deixou de existir, significa que o outro ainda está presente também.
Eu não vou desistir do meu futuro nunca, pois, como já disse uma vez, não importa onde estejamos, quais as barreiras que nos separem, os nossos corações vão estar batendo juntos. Por todo o sempre. Se eu fecho os olhos e te vejo é impossível você não me enxergar quando os teus olhos se fecham, pois estamos no mesmo lugar.
Como você pode insistir que não me quer se teus braços me desejam o tanto quanto o meu abraço demonstra a falta que sinto de você. Não posso pedir pra você voltar, pois significaria que te perdi, que nos perdemos. O que eu posso pedir é pra que você acredite em mim e que a gente posso continuar o caminho que um dia traçamos. Estou sendo puramente sincero, acredite.
Mais uma vez termino sem conseguir expressar o quanto te amo.


21/03/07

quarta-feira, 17 de março de 2010

Aniversário

A campainha tocou. Ela flutuou até a porta, cantarolando a canção que a fazia lembrar da primeira vez em que seus corpos ocuparam a mesma cama. Era um entregador, carregava margaridas, balões e uma caixa de papel cartão violeta, como o seu celular.
Embora ela desejasse, ela não esperava que ele fosse se lembrar e, muito menos, que demonstraria.
Ela agradeceu o entregador, fechou a porta, deixou a caixa sobre o sofá, deixou os balões voarem até o teto e abriu o cartão, que acompanhava o presente.

"Três anos de complicada relação. Impossível dizer que você não faz parte da minha vida. E todas as vezes em que penso em desistir, algo me diz que não posso. E é então que mais uma vez me lembro que eu ainda me importo."

E ela sabia o que suas palavras queriam dizer.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Fico



Fico escrevendo besteira
Vivo falando bobeira
só pra te provocar
As vezes nem consigo me conter
São nas menores mentiras
que estão as grandes verdades
que não teno coragem de dizer
As vezes eu nem quero me conter


Me faço de inocente, finjo não perceber
você brincar com a mente de todos ao teu redor
Reverte ao seu favor tudo o que eu digo
E é pra me defender de você que eu fico...

Fico escrevendo besteira
Vivo falando bobeira
só pra te provocar
As vezes nem consigo me conter
São nas menores mentiras
que estão as grandes verdades
que não teno coragem de dizer
As vezes eu nem quero me conter



Inventa personagens só pra me confundir
Provoca sensações que eu não quero sentir
Desvendei seus mistérios
Te tenho em minhas mãos
Sei que te enlouqueço cada vez que eu fico...

Fico escrevendo besteira
Vivo falando bobeira
só pra te provocar
As vezes nem consigo me conter
São nas menores mentiras
que estão as grandes verdades
que não teno coragem de dizer
As vezes eu nem quero me conter

segunda-feira, 1 de março de 2010

Príncipe Encantado

Chega uma idade em que as mulheres deixam de fantasiar o príncipe encantado e aceitam a idéia de que depois dos trinta eles podem não ser tão atléticos, carregarem a barriga para fora da calça, sair pra beber com os amigos no domingo depois do futebol e só chegar depois do Fantástico cambaleando e com um bafo insuportável e que eles raramente vão se lembrar do seu aniversário de namoro e da músicas do primeiro beijo de vocês.
Por algum tempo eu quis abandonar a vadiagem e me tornar teu herói, teu principe encantado. Mas algo aconteceu no meio do caminho. Voltei a me encantar pela liberdade e não sei até quando isso vai.
espero sim pelo dia em que eu deixarei de ser um beija-flor, correndo de flor em flor e corra apenas para o seu jardim, pois sei que desejas tanto quanto eu.
Que os nossos dias juntos sejam mais intensos do que os que já tivemos.
Se esperar por mim, esperarei por você.
Afinal... "I can be your hero, baby" e o mais importante "I will stand by you forever".

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Perdido

"Quero voar pra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer" (Os Anjos - Legião Urbana)

O ano começou numa intensidade incrível e isso acabou se estendendo. Praia, Rio de Janeiro, Miguel Pereira...
Conhecer pessoas novas, reencontrar amigos de anos - muitos anos mesmo - conhecer mais pessoas, sentir sensações novas, treinar idiomas (entende-se por outras línguas) - me aventurar, retomar laços, planejar o futuro, recomeçar a estruturá-lo...
Tudo veio numa torrente muito forte e agora não consigo diluir tudo e separar cada qual em sua gaveta.
As várias histórias reais e ilusórias que não param de martelar em minha cabeça e que muitas vezes não me deixam dormir até eu pegar papel e caneta e transpô-las.
Minha cabeça funciona numa velocidade em que o tempo passa tão mais rápido do que aparenta, que quando percebi que apenas hoje percebi que o ano não está começando, que o primeiro trimestre já está se encerrando e que ainda há muitas pedras a serem erguidas para que durante a minha gestão seja memorável.
Sim, chegou a hora: 2010 é o ano de manutenção para finalmente eclodir.

PS: Apenas o desabafo de um DDA.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Andei escrevendo

Galera, hoje o post é de divulgação.
O tio escreveu, o tio tem que divulgar, né?
O livro se chama Pandora e narra o reencontro de um grupo de amigos separados após uma fatalidade.



Ele é vendido apenas na internet no link abaixo:
http://clubedeautores.com.br/book/12723--Pandora

A compra pode ser parcelada em até 6x.

Dêem uma olhada e espero que gostem.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Esperando um oi

"Nos veremos se você não mudar de idéia", eu ouvi.

Sei que meus horários são complicados e eu consigo me programar de forma a agravá-los, mas sempre restam brechas para o que se quer fazer.
Queria matar a saudade, apenas te ver e dizer olhando em teus olhos que eu ainda me importo, que as coisas não mudaram. Embora nada mudar não seja algo tão bom.
Combinei te ligar e quando o fiz, teu celular estava desligado. Adormeci e só vi tua mensagem dizendo que me esperava na manhã seguinte.
Novamente combinamos de nos encontrar, você ligaria e acabou desistindo após receber uma ligação dele.
Resultado: não nos vimos e as perguntas continuam martelando na minha cabeça e na tua também.
Você se pergunta o quanto vale a pena e eu me pergunto por que não valeria.
E as marcas em nossas peles continuam a nos lembrar porque estamos conectados.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Adrienne

*altruísmo sm.Sentimento de quem põe o interesse alheio acima de seu próprio

Tenho consciência do que fiz e confesso que minha atitude trouxe a tona um sentimento adormecido, uma sensação que há anos não sentia. E isso me fez pensar que vai ser sempre assim.
Sempre vai haver uma Adrianne, e eu sempre vou me fazer as mesmas perguntas.
Seria o mesmo gosto? Será que ela pensava em mim enquanto os seus lábios passavam pela pele dele?
Perguntas que espero não me fazer novamente.
Se eu me importo? Pra estar postando sobre isso, certamente me importo.
Se me preocupo? Só dou valor a quem me dá valor e alguém que toma uma atitude dessas não merece o meu respeito.
Se eu o culpo? Não, ele não. Não desta vez.
Definitivamente, aprendi a acreditar na música do pensador:

"Não vamos brigar por migalhas, nem por menina/ Porque vagina também tem várias em qualquer esquina" (Tô contigo e não abro - Gabriel o Pensador)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...