quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Toda quinta - Lasanha de brócolis


Primeira quinta – Lasanha de Brócolis





                Mal o relógio marcou oito horas e a campainha tocou pela primeira vez. Embora ansioso não corri para atender a porta. Nem mesmo gritei que estava a caminha, pois sabia que eles não iriam conseguir me ouvir.

                Abri a porta e foi como uma viagem no tempo. Todos eles atravessando a minha porta. Não dava para acreditar que estava acontecendo de verdade.

                Certamente seria uma das poucas vezes que todos conseguiriam estar aqui, por isso teríamos que aproveitar a noite ao máximo.

                – Sem palavras! – foi a primeira coisa que disse, enquanto eu os abraçava ali no corredor – Se um dia alguém dissesse que isso iria acontecer eu duvidaria.

                Era como se todos haviam vindo de uma cápsula do tempo, mas com roupas diferentes.

                – Só não dá pra dizer que ninguém mudou nada – disse o Carlinhos, segurando a sua mala – Está todo mundo diferente. A cidade mudou, o condomínio mudou, mas a gente junto...

               E as palavras que lhe faltavam todos nós sabíamos como completar.

– É, Carlinhos – e ele já estava rindo – o teu sotaque também mudou. Está muito mais carregado do que a última vez que você veio pra cá.

Desde que voltou para Salvador com sua família, Carlinhos voltou apenas uma vez e ficou um mês aqui. Mas fazia muito tempo que isso havia acontecido. Ainda assim parecia que havia sido ontem que ele entrou naquele ônibus.

Bateu uma vontade imensa de descer para a pracinha com o violão e tocar até os vizinhos começarem a reclamar.

– Daqui a pouco a gente desce para jogar War na pracinha – eles começaram a me olhar tentando ver se eu estava sendo irônico – ou tocar violão até alguém jogar um ovo na gente.

Entre sorrisos, Analú soltou uma gargalhada.

– Aquele dia foi sem noção. Meu... E ele ainda foi falar pro teu pai que era pra você ir cantar com os teus amigos num programa de calouros.

Já dava pra perceber que a noite iria render e muito.

Ainda em meio às risadas me toquei que ainda estávamos conversando no corredor.

– Pra variar, a minha cabeça continua a mesma. Vamos entrando – eles mal esperaram o meu convite terminar para começar a entrar no apartamento. Claro que a conversa não parava – Carlinhos, se você quiser pode deixar as suas coisas no quarto. Acho que você ainda se lembra aonde fica!

Carlinhos era o único que eu abrigaria pelas próximas semanas. O restante iria para casa ou se hospedariam na casa de parentes.

– Eu lembro sim – respondeu Carlinhos, carregando sua mala e com a mochila ainda nas costas. Sua camisa estava toda suada.

Quem diria que eu veria o Carlinhos usando roupa social. O nosso caçula hoje tem o seu próprio escritório de advocacia.

Sara passou a reparar no cheiro que vinha da cozinha.

– Não me diga que este cheiro é de...

– Lasanha de brócolis do Mestre. Demorou, mas eu aprendi a cozinhar.

Era visível que eles estavam duvidando dos meus dotes culinários.

– Vamos fazer o seguinte. Enquanto eu arrumo a mesa e nós comemos, a gente vai lembrando de acontecimentos do passado. As histórias que só aconteciam com a gente.

  Como no dia em que você beijou o dedinho.

  Ou o dia da casa mal assombrada.

  O dia que o Fiapo tentou conhecer São Pedro.

  E a fuga de casa da Analú?

  E quem lembra de quando o Fiapo chorou porque o Conrado tinha fumado maconha?

 Nossa... o dia da reunião com o síndico do condomínio...

 São tantas histórias que dariam um livro.

  Um livro não publicável, você quer dizer.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

TODA QUINTA


Tivemos uma adolescência saudável e agitada. Podemos até dizer que nossas histórias eram atípicas. Ou até mesmo um pastelão mexicano.
              
  Passamos por tanta coisa engraçada que sempre dizíamos que a nossa vida daria um bom livro.
                
Com o passar dos anos passei a acreditar um pouco mais nesta brincadeira, porém expor a nossa amizade e a nossa intimidade não seria muito legal, pois até mesmo alguns de nossos amigos não têm conhecimento de todas as nossas histórias.
                
Mas olhando novamente para tudo o que aconteceu, as noites que começavam na pracinha do condomínio e que nunca sabíamos como iria terminar precisava mesmo ser eternizada.
                
A vida adulta acabou nos separando naturalmente, como sabíamos que aconteceria. E com a distância veio a saudade, que precisava ser suprida de alguma forma.
                
A saída foi nos reunir de tempos em tempos para termos um momento de saudosismo. Foi então que surgiram as reuniões de quinta-feira, o dia em que recebíamos carta branca de nossas famílias para resgatar os nossos momentos e deixar a nostalgia falar mais alto.
                
Para que isso fosse capaz não apenas os nossos nomes foram mudados como também os personagens de algumas histórias. Porém, todas as histórias são verdadeiras.
                
Então fica o desafio: Descobrir quem é quem.
                
Afinal, como diria o poeta: “Quem é de verdade sabe quem é de mentira”.


Até a próxima quinta!

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Madrid

Madrid - Espanha



Puerta del Sol
Marcamos de nos encontrar na praça Puerta del Sol com o Richard, primo da Carol e da Dani, mas nos desencontramos lindamente. Ligávamos para ele e sempre dava errado. Não sabíamos se havia um dígito a mais, um dígito a menos ou se apenas estávamos sendo trollados pelo telefone público ou o celular dele.

Custou, mas nos encontramos, lanchamos e ele nos levou para uma das mais famosas casas de jamón de Madrid. A sangria de lá é tão boa que até o Rafael não resistiu. Não só não resistiu como se apaixonou e abraçou a causa.

O Richard nos mostrou vários pontos turísticos durante a noite e depois foi descansar, pois havia trabalhado o dia todo. Nós também não ficamos muito tempo na rua, pois a Larissa voltaria para o Brasil na manhã seguinte.
Museo del jamón

Eu e o Rafael terminamos de ver as indicações do Richard no dia seguinte.

A Gran via, que passa pela praça Espanha, é um lindo lugar para se ver durante a noite.

A plaza mayor é uma praça cercado por prédios que a noite há várias atrações. Pra quem gosta de um barzinho e música é um lugar mais que recomendado.

Passamos pelo palácio real durante a noite, então não pudemos entrar. Só vimos pelos portões.

O templo de Debod é um templo egípcio dado de presente à Espanha em 1968. A transferência foi feita pedra por pedra.
Sangría
O parque do Retiro é um lindo lugar para se ir no fim da tarde. 118 hectares muito bem cuidados. É lá que fica o Palácio de Vidro, que muito lembra o jardim botânico de Curitiba.

Falando em Jardim Botânico, também passamos pelo de Madrid.

Fomos também ao Museu do Prado e ao Museu Reina Sofia, que estava fechado.

A noite resolvemos nos aventurar sem destino. Valeu a pena.

E nem parece que já faz tanto tempo.

Agora é esperar pela próxima!

Richard, Larissa, Rafael e eu






sábado, 8 de fevereiro de 2014

Eurotrip - Ciao, Italia

Mais uma vez voltamos para onde tudo começou.

Foi tão bom matar a saudade, compartilhar as nossas histórias engraçadas, as aventuras e até mesmo as brigas que para um mês até que foram poucas.

Ao mesmo tempo foi muito difícil nos despedir, dizer tchau para cada antinho da casa da Dani, ver que a Mila/Nina sabia que nós demoraríamos a nos ver de novo.

Passamos a nossa última noite na Itália na casa da Carol. A Dani ligou dizendo que não conseguiria ir, então tivemos que nos despedir por telefone.

A tarde fizemos churrasco e aproveitamos a piscina e a mesa de sinuca. Dei uma boa aula para o Emiliano. As meninas tentaram jogar também. Mas sabe como é mulher jogando bilhar, né...

A madrugada foi a mais longa. Tivemos que arrumar as malas, desta vez todas as coisas iriam ter que caber. Todos os presentes, roupas, sapatos, copos, bebidas. É claro que tivemos que deixar algumas coisas para trás.

E na última noite, nós três discutimos por causa de um pen drive. Lá se foi a paz mantida por um mês.

Na manhã seguinte, madrugamos para ir para o aeroporto. As choronas se despediram às lágrimas. Mulheres, mulheres...

Paramos para tomar café na pista, e em alguns minutos estávamos no aeroporto. Não lembro por que, mas sei que nos dividimos e, quando dei por mim, estava sentado em um banco rindo e chorando sozinho. Estava acabando!



















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